✍️ Por Andreia Matias de Oliveira, Diretora Administrativa – Juscon Contábil
Tempo de leitura 3 minutos
A presença feminina no mundo corporativo, especialmente em cargos de liderança, é cada vez mais significativa. Temos avançado muito. Ainda assim, em conversas, reuniões e vivências do dia a dia, percebo que há desafios que continuam presentes, nem sempre óbvios, mas sentidos por muitas de nós.
São pequenas frases, olhares, expectativas silenciosas… Coisas que, isoladas, parecem inofensivas, mas que, juntas, vão moldando uma realidade mais sutil e desafiadora para mulheres que lideram.
1. Quando os elogios carregam estereótipos
Já ouvi (e acredito que muitas também já ouviram):
“Você é muito firme… até parece um homem.”
“É forte demais para uma mulher.”
São frases que, embora ditas como elogios, revelam algo importante: a ideia de que a firmeza, a liderança e a autoridade ainda são mais facilmente associadas ao masculino. E, quando exercidas por nós, causam estranhamento, como se estivéssemos ocupando um espaço que exige justificativa constante.
2. Estética e presença: a régua invisível
No ambiente profissional, é natural buscarmos postura e apresentação adequadas. Mas percebo que, para as mulheres, essa régua às vezes é mais rigorosa, e menos clara. Esperam que sejamos sérias, mas acessíveis; seguras, mas gentis; discretas, mas marcantes.
É uma dança fina entre expectativas que, muitas vezes, não são colocadas em palavras, mas estão lá. E tudo isso impacta, sim, a forma como somos percebidas, ouvidas e até promovidas.
3. A conciliação que nem sempre aparece
Muitas mulheres que ocupam posições de liderança também estão à frente da organização familiar, da educação dos filhos, dos cuidados com pais ou parentes. É uma rotina intensa, silenciosa, mas constante.
E mesmo com tudo isso, seguimos entregando, liderando, inspirando. Às vezes, com um fardo maior. Às vezes, sem que esse esforço extra seja notado. Mas seguimos.
🌟 A autenticidade como força
A boa notícia é que cada vez mais mulheres têm mostrado que é possível liderar com autenticidade, sem abrir mão de quem são. E, ao fazerem isso, inspiram outros modelos de liderança, mais empáticos, mais inclusivos e mais humanos.
Eu acredito que:
- Liderança não se limita a um estilo ou a um perfil, ela se constrói na prática, com competência e visão.
- Não precisamos “nos encaixar” para sermos reconhecidas.
- O que nos torna únicas também pode ser o que nos torna fortes.
✊ Por que sigo falando sobre isso?
Porque falar é uma forma de transformar.
Porque, muitas vezes, essas experiências não são ditas, mas são sentidas.
E porque, no mundo corporativo que estamos construindo juntos, vale a pena refletir sobre como acolher, reconhecer e incentivar diferentes formas de liderar.
Se você já viveu algo parecido, ou já observou situações assim com colegas de trabalho, sabe do que estou falando. E se ainda não tinha reparado, talvez agora comece a perceber.
Esse é um convite à escuta, ao diálogo e à construção de ambientes mais justos, para todos nós.