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O cenário tributário brasileiro está em plena transformação. Empresas de todos os portes precisam se antecipar para enfrentar as mudanças previstas para 2026. Um planejamento tributário estratégico deixou de ser apenas uma boa prática e passou a ser essencial para garantir competitividade, conformidade e aproveitamento das oportunidades que surgirão.
Por que agir agora?
As alterações previstas na reforma impactam diretamente a forma como as empresas recolhem tributos, utilizam créditos e organizam suas operações. Quem aguardar até o último momento tende a enfrentar impactos financeiros, operacionais e estruturais difíceis de reverter. Para escritórios contábeis e consultorias fiscais, o momento exige atuação consultiva, com orientação ativa e estratégica aos clientes.
O que muda com a reforma?
Alguns pontos centrais merecem atenção imediata:
- Substituição de tributos conhecidos, como PIS, COFINS, ICMS e ISS, por modelos unificados como CBS e IBS.
- Adoção da tributação no destino, o que altera análises de logística, localização e composição de preços.
- Implementação da não cumulatividade plena, exigindo revisão profunda da cadeia de suprimentos e do fluxo das operações.
- Redesenho dos incentivos fiscais nos estados e municípios, o que pode modificar a relevância de estratégias baseadas em localização.
Impactos para as empresas
- Enquadramento tributário: A escolha entre Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real deve ser revista com base na nova estrutura de créditos e cargas.
- Cadeia logística: A tributação no destino aumenta a importância do planejamento logístico e reduz o peso de benefícios estaduais.
- Sistemas e governança: ERPs e controles internos precisam ser atualizados para suportar o novo modelo e garantir dados confiáveis.
- Contratos e estrutura societária: É fundamental revisar contratos de fornecimento, prestação de serviços e a estrutura das empresas do grupo.
Como estruturar um planejamento eficaz para 2026
1. Diagnóstico completo da empresa
Mapeie todos os tributos, analise operações interestaduais, importações, exportações e créditos fiscais já utilizados. Identifique riscos e gargalos.
2. Simulação do cenário pós reforma
Projete a nova carga tributária, calcule impactos em fluxo de caixa, avalie créditos e identifique operações que se tornam mais onerosas ou vantajosas.
3. Definição do regime tributário ideal
Compare cuidadosamente cada regime para 2026. Algumas empresas podem se beneficiar de migrações, enquanto outras devem manter o enquadramento atual.
4. Revisão das operações e da cadeia de valor
Reanalise fornecedores, fluxo logístico, centros de distribuição e contratos relevantes. Pequenos ajustes podem gerar economia significativa no novo sistema.
5. Ajuste de sistemas e controles internos
Verifique se o ERP está preparado para CBS, IBS e para a não cumulatividade plena. Atualize políticas de governança e procedimentos fiscais.
6. Treinamento e capacitação
Garanta que a equipe fiscal e contábil entenda claramente as novas regras. A formação técnica será essencial para evitar erros e retrabalhos.
7. Comunicação com gestores e clientes
Transmita os impactos previstos, explique como a empresa está se preparando e fortaleça a postura consultiva. A mudança é ampla e afeta toda a gestão.
8. Monitoramento contínuo
A reforma ainda será regulamentada em detalhes. Acompanhe atualizações e ajuste o planejamento sempre que necessário.
Por que o planejamento tributário vai além da economia de impostos
O planejamento passa a ser uma ferramenta de gestão estratégica, com foco em:
- Redução de riscos e passivos tributários
- Otimização sustentável da carga fiscal
- Ganho de competitividade
- Integração entre fiscal, contábil e operacional
Empresas que se preparam com antecedência tendem a aproveitar oportunidades e evitar prejuízos.
Considerações finais
O ano de 2026 marca uma virada histórica no sistema tributário brasileiro. Antecipar-se é o caminho mais seguro para garantir continuidade, eficiência e vantagem competitiva. Como coordenadora da área fiscal, Marinalva, sua atuação é fundamental para orientar sua equipe, alinhar processos e apoiar clientes e gestores em decisões estratégicas. Quanto antes o planejamento começar, maiores serão as oportunidades de ajustes e ganhos.

