Brasil High Tech: Como a Nova Reforma Tributária Vai Transformar Exportações de Tecnologia em Superpotência Global

Tempo de leiutra 4 minutos

A hora é agora: por que a reforma tributária é um divisor de águas para o setor de tecnologia

Aprovada em dezembro de 2023 (Emenda Constitucional 132) e regulamentada em 2025, a Reforma Tributária unifica cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em dois novos impostos, a CBS (federal) e o IBS (estadual/municipal), seguindo o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), utilizado por mais de 170 países.

1. Simplificação fiscal para exportar com competitividade

Hoje, menos de 1% das empresas brasileiras exporta serviços, em grande parte devido à complexidade tributária e insegurança jurídica. A nova arquitetura tributária elimina a cumulatividade e promove transparência e competitividade, alinhando o Brasil aos padrões internacionais.

2. Menos imposto em exportações = mais espaço para crescer

A tributação de exportações permanece zerada, enquanto os tributos sobre o mercado interno podem subir, em alguns casos, até 300% no setor de tecnologia entre estados como Santa Catarina . Isso significa que, com o IBS e CBS, vender para o exterior pode se tornar mais vantajoso do que para dentro do Brasil.

3. Barreiras internas que a reforma derruba

Hoje, exportadores enfrentam dificuldade em comprovar natureza internacional de operações, cobrança contínua de ISS (mesmo quando há isenção), múltiplos tributos, e falta de acolhimento por órgãos públicos locais. A reforma pretende corrigir essas distorções e tornar o ambiente fiscal mais acolhedor para quem quer expandir internacionalmente.

4. Tecnologia é infraestrutura da reforma

Implementar os novos impostos exige processamentos em larga escala e sistemas avançados: estima-se que o Serpro precisará expandir sua capacidade de armazenagem em 21 vezes até 2032, suportando cerca de 70 bilhões de transações por ano e até 25 mil operações por segundo. Isso reforça a própria demanda por tecnologia e inovação, criando oportunidades de mercado locais para o setor.

5. Desafios tributários que exigem preparo

Apesar dos benefícios, o setor de tecnologia enfrenta desafios drásticos:

  • A folha de pagamento, essencial para empresas de TI, não gera créditos tributários (CBS/IBS), o que pode aumentar a carga fiscal.
  • A tributação por destino exige precisão na identificação da localização do cliente, adaptação de ERPs e compliance tributário por jurisdição .
  • Incentivos estaduais como ISS reduzido perdem relevância, exigindo revisão estratégica de localização e operação.

6. Internacionalização como estratégia de sobrevivência

Com exportações mais vantajosas, empresários e startups de tecnologia devem acelerar o movimento global. É urgente desenvolver cultura exportadora, capacitando profissionais bilíngues, faturando em moedas estrangeiras e pensando globalmente desde a concepção do negócio.

7. Oportunidade para quem se antecipar

Empresas que começarem agora a reestruturar seu planejamento tributário, modernizar sistemas fiscais, revisar modelos de precificação e mapear clientes por localização terão vantagem estratégica desde os primeiros anos da transição. O período de convivência com o sistema antigo (até 2032/2033) permite agir antes dos concorrentes.

🚀 Em resumo:

TransformaçãoImpacto para tecnologia
Ce (PIS, Cofins, ICMS, ISS, IPI) → CBS e IBS (IVA moderno)Simplificação e menos cumulatividade fiscal
Tributação no destino e mercado interno penalizadoExportar pode passar a ser mais vantajoso
Redução de entraves como ISS indevidoMenos burocracia e maior segurança jurídica
Expansão tecnológica para sustentar o novo sistemaDemanda de soluções e serviços para o setor tech
Desafios em modelo de custos e complianceNecessidade de adaptação urgente no planejamento
Cultura exportadora e visão global antecipadasEmpresas mais preparadas para abraçar os mercados internacionais

📌 A reforma tributária brasileira representa uma chance histórica de reposicionar o Brasil como protagonista no comércio internacional de serviços e tecnologia. Com impostos mais simples, exportações desoneradas e demanda crescente por infraestrutura digital, o setor está diante de uma das maiores viradas de jogo dos últimos tempos.

Mas atenção: vence quem se antecipa. Transformar desafios em vantagem competitiva exige estratégia, tecnologia e visão global, e quem agir primeiro vai largar na frente.

Publicações relacionadas

Close Bitnami banner
Bitnami